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Omegaverse - ABO

  • Foto do escritor: Mujigae Publisher
    Mujigae Publisher
  • 5 de set.
  • 2 min de leitura

O Omegaverse, também conhecido como A/B/O (Alpha/Beta/Omega), é um subgênero ficcional especulativo de erotismo, originado na fanfiction slash (especialmente entre casais masculinos), que espalhou-se para literatura erótica original, manhwa, BL e além. Ele propõe uma sociedade com uma hierarquia de "gêneros secundários": alphas (dominantes), betas (neutros) e ômegas (submissos), tudo mesclado com comportamentos animalescos extremos e simbolismos sexuais.

Origem e evolução histórica

Embora alguns elementos estejam espalhados por outras obras (como o pon farr de Star Trek), o Omegaverse se consolidou como gênero nos anos 2010, a partir de fanfictions de Supernatural que introduziram hierarquia alfa/omega combinada com gravidez masculina (mpreg) e outras características herdadas do universo dos lobos.

No Archive of Our Own (AO3), o Omegaverse ganhou força significativa:

  • Em 2018, cerca de 39 mil fanfictions; em 2023, mais de 165 mil.

  • Fanfictions Omegaverse são frequentemente marcadas como explícitas, com cerca de 90% sendo M/M, e com temas recorrentes como knotting, mpreg, AU, dubcon, angústia e fluff.

Fandoms com maior número de obras incluem Supernatural, MCU, Teen Wolf, My Hero Academia, e Yuri!!! on Ice (com ~5,4 % de suas fics nesse estilo).

Elementos característicos do gênero

Nos universos Omegaverse, personagens têm sexo biológico (masculino, feminino) e gênero secundário (alpha, beta, omega), com significados sociais e fisiológicos distintos:

  • Alphas: dominantes, fortes, temperamento intenso, líderes.

  • Betas: neutros ou mistos, "humanos comuns".

  • Omegas: submissos, suaves, muitas vezes capazes de engravidar, com instintos maternais.

Somando-se a isso:

  • Ciclos de cio (heats), onde ômegas experimentam dores e uma forte vontade de ter relações sexuais com outros alfas. Alfas também possuem algo assim, se tornam mais violentos e geralmente retratados forçando um ômega a acasalar, o que em sua maioria ocasiona o início do cio do ômega;

  • Atração por feromônios e marcação por cheiro;

  • Knotting: expansão do pênis de alpha para "fixar" no parceiro durante o sexo;

  • Laços duradouros semelhantes a casamento (bonding), tais laços são formados por uma marca feita por um alfa em seu ômega. Em algumas histórias ocorre uma conexão antes mesmo dessa marca ser feita, sendo tidos como parceiros predestinados na maioria das obras.

Recepção: entre crítica e subversão

O Omegaverse é divisivo:

  • Críticos o consideram perturbador, apontam desequilíbrios de poder, conotações bestiais, falta de consentimento claro e reforço de estereótipos sexistas.

  • Outros apreciam seu potencial subversivo ao explorar normas de gênero, opressão e identidade através de metáforas, alguns veem interpretações transfeministas e queer nas dinâmicas alpha/omega.

Um exemplo recente na mídia é a série chinesa Desire (2025), que trouxe o Omegaverse ao universo live-action, incorporando gravidez masculina, subgêneros como “Enigma” e narrativa futurista, o primeiro drama MPREG com omegaverse.

Mujigae Publisher

Somos uma editora feita por e para pessoas LGBT+. Nosso foco é dar oportunidade e auxílio aos autores e artistas do vale, com muito companheirismo, bom humor, carinho e dedicação.


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