Antigamente x Agora

Muito do que sabemos hoje da Grécia e outras civilizações antigas são por base de historiadores que estudaram as fontes primárias, pois essas fontes acabam se perdendo com o tempo. 

Fontes primárias são fontes históricas que viveram durante a época do acontecido ou até mesmo pouco depois, onde conseguem retratar com mais veracidade o que aconteceu, mas como dizemos, fontes primárias se perdem com o tempo. A maioria das coisas que temos do passado foi reescrita várias vezes por copistas que faziam o trabalho de preservar ou estudar as escrituras.

Então em alguns casos é muito difícil afirmar com exatidão o que realmente acontecia, mas conseguimos ter um vislumbre de algumas coisas dentre elas: a pederastia.

Na Grécia antigamente era totalmente distinta do que temos hoje, não era somente aceita como também em alguns casos encorajada. Nessa época não temos os termos que temos hoje em dia, não havia algo como “sou gay”, eles apenas se relacionavam sexualmente sem uma distinção sobre ser ou não ser algo. Existia o que eles chamam de "pederastia", que variava de cidade para cidade como era feita, por exemplo:

Em Atenas tinha um costume de um homem mais velho ficar com um homem mais novo, numa relação homoafetiva, que tinha um sentido de ser uma parte da educação dele para preparar ele para a fase adulta. E isso tinha algo mais pedagogico, sendo proíbido para ganho monetário, pois não era permitido a prostituição masculina.

Em Esparta isso era comum com jovens guerreiros que eram treinados por guerreiros mais experientes, que acabavam por se envolver afetivamente. Isso acabou servindo como base para algumas estratégias e formações, como por exemplo o Batalhão Sagrado de Tebas, que se caracterizava por uma formação de duplas, onde ambos se protegiam durante as batalhas.

Como falamos sobre relações entre homens, você deve estar se perguntando, mas e entre mulheres? Pois então, a mulher sempre foi vista antigamente como um ser não social ou racional, sempre usada com um objetivo de reprodução e não algo prazeroso. Assim, relações como os homens tinham, não ocorria com mulheres, pois um relacionamento entre duas mulheres era visto pela sociedade como algo obsceno.

Há alguns pesquisadores que discutem a possibilidade de ter tido uma "pederastia feminina", mas ainda há muitas controvérsias, seja por estarmos só agora pensando sobre isso ou porque os textos não retratam isso. Isso se dá muito pelo fato de que normalmente a vida pública era destinada apenas aos homens, assim pouco se tinha para falar sobre mulheres, pois estavam em sua maioria fazendo serviços domésticos.

Vamos falar um pouco sobre algumas figuras históricas, algumas ainda controvérsias por causa do pouco material encontrado.

• Alexandre, o Grande: que se tornou algo mais falado depois da série documental da Netflix ‘Alexandre, o nascimento de um deus’, que retrata sua vida íntima e política. Ainda há muita discussão acerca de suas relações por causa de como eles levavam suas relações.

• Safo: foi uma poeta que viveu na ilha de Lesbos na Grécia. Uma das poucas mulheres a ter um retrato em cerâmica e reconhecida ainda em vida como uma poeta. Em seus poemas ela não retrata apenas o desejo por mulheres, como também por homens. Você sabia que ela é a origem de "lésbica"? Essa era a forma com que eles chamavam alguém da ilha de Lesbos.

• Sylvia Rivera: foi uma queer, que era drag queen e que lutava pelos direitos de pessoas trans. Dizem que ela foi aquela que jogou o primeiro tijolo em Stonewall e foi logo após a rebelião, que ela criou um grupo, junto de Marsha P. Johnson, chamado S.T.A.R (Ação Travesti Revolucionária das Ruas), que é focado em oferecer abrigo e apoio aos jovens queer sem teto. 
  

Há muitos outros que não vamos comentar mais profundamente sobre todos, mas aqui uma pequena lista de alguns nomes que foram descobertos através de pesquisas que foram pessoas LGBTQIAP+:  Anne Lister, Alan Turing, António Botto, Leonardo da Vinci, Oscar Wilde, Sócrates, Harvey Milk, Federico Garcia Lorca, Karl Heinrich Ulrichs, entre outros.

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